O Lucas Sant’Ana, professor na educação a distância e no presencial da Unicesumar, teve a oportunidade de participar do Projeto Rondon. Ele nos contou sobre sua experiência no projeto, o Diário do Projeto Rondon. Mas, antes de começarmos, você sabe o que é o Projeto Rondon?

projeto rondon
Professor Lucas Sant’Ana

O Projeto Rondon

O Projeto Rondon nasceu no final da década de 1960. Foi uma iniciativa de professores universitários do então estado da Guanabara, que percebiam um grande distanciamento entre a formação dos seus alunos e a realidade brasileira. Assim, munidos de muita vontade e determinação, organizaram a primeira expedição para o Território Federal de Rondônia (atual estado de Rondônia) em 1967. A operação contou com dois professores e 30 acadêmicos, principalmente da área da saúde. Foi nessa época que se estabeleceu o slogan do Projeto Rondon: “Conhecer o Brasil que está além dos livros”.

Projeto Rondon
Projeto Rondon “Operação Zero” em 1967

Segundo o site oficial do Projeto Rondon – “É uma ação interministerial do Governo Federal realizada em coordenação com os Governos Estadual e Municipal que, em parceria com as Instituições de Ensino Superior reconhecidas pelo Ministério da Educação, visa a somar esforços com as lideranças comunitárias e com a população, a fim de contribuir com o desenvolvimento local sustentável e na construção e promoção da cidadania. O Projeto Rondon prioriza, assim, desenvolver ações que tragam benefícios permanentes para as comunidades, principalmente as relacionadas com a melhoria do bem estar social e a capacitação da gestão pública. Busca, ainda, consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social, coletiva, em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais, contribuindo na sua formação acadêmica e proporcionando-lhe o conhecimento da realidade brasileira.”

Experiência no projeto

O professor Lucas conta que sempre se encantou com a história do Rondon (o projeto e o Marechal). Quando ainda era aluno do curso de Geografia, surgiu a sua primeira oportunidade de participar. Após a inscrição e um rigoroso processo seletivo, lá estava ele, embarcando junto com os demais colegas “rondonistas”. O rumo era a operação no Oiapoque.

Projeto Rondon
Projeto Rondon – Operação Cinquentenário – Oiapoque (AP), 2007

A inesquecível experiência dessa operação marcou a vida pessoal e profissional de Lucas. Ele pode ver de perto o quão encantador e complicado é o nosso Brasil e como ele, enquanto futuro professor de Geografia, poderia contribuir para melhorar a realidade. O Projeto Rondon possui algumas regras rígidas para os rondonistas. Entre outras coisas, o rondonista só pode participar de uma operação enquanto estudante. Assim, a única forma de participar de outra operação seria tornando-se professor universitário e submetendo projetos para novas operações. Foi assim que Lucas fez!

Finalizado o seu mestrado e doutorado, atuante como professor universitário, passou a submeter projetos, vislumbrando a sua participação e de seus alunos em novas operações. Isso veio a acontecer em meados de 2015, na “Operação Itacaiúnas”, no estado do Pará. Também em Tocantins, em 2017, na “Operação Tocantins”.

Projeto Rondon
Abertura da Operação Itacaiúnas – 2015
Projeto Rondon
Abertura da Operação Tocantins – 2017

A “Operação Tocantins” teve início, na verdade, em meados de 2016, quando a coordenação geral do projeto Rondon, vinculado ao Ministério da Defesa, divulgou o edital. Assim, convidou todas as Instituições de Ensino Superior do Brasil a submeterem projetos para a Operação Tocantins.

Com isso, junto dos alunos da Unicesumar, ele escreveu um projeto. Nele, continham todas as informações da área de atuação da operação. Por exemplo, o IDH, produção agrícola, dados populacionais, saneamento básico, educação e saúde. Enfim, todos os dados que caracterizem geograficamente a área contemplada pela operação. Neste momento, torna-se fundamental o domínio do conhecimento geográfico para o levantamento e interpretação dos dados, além da espacialização desses dados a partir de mapas.

Concorrendo com todas as IES do Brasil, o projeto da Unicesumar foi selecionado para a Operação. Para a equipe do professor Lucas, foi selecionado o município de Pium – TO.

Projeto Rondon
Município de Pium – TO

Com isso, a próxima etapa foi de seleção e preparação dos alunos da nossa instituição. O objetivo era capacitá-los para realizarem as oficinas e palestras no município.

Projeto Rondon
A equipe

Em janeiro de 2017, a equipe embarcou rumo a Palmas, capital do Tocantins. Todos ficaram alojados no 22º Batalhão de Infantaria do Exército. Por lá, ficaram por 3 dias, onde foi possível conhecer mais sobre o exército brasileiro e sobre os estados de Tocantins e Palmas. Após este momento de “aclimatação”, eles embarcaram para Pium, onde de fato a operação teria início.

Para quem não conhece, Pium é um município de aproximadamente 6.700 habitantes. Ele está localizado no oeste de Tocantins, a 120 quilômetros da capital, Palmas, às margens do rio Araguaia.

No município, foram desenvolvidas várias atividades, integrando sempre a população com os nossos alunos. A título de exemplo, pode-se citar a oficina de artesanato, de panificação, de construção de canteiros de horta e de cisterna e entre outros.

A licenciatura em Geografia possibilita utilizar instrumentos para que a mensagem passada às crianças seja fácil e possibilite a sensibilização. A cada olhar, sorriso e gestos de carinho, a equipe tinha certeza de que todo o esforço e o tempo dedicado ao projeto valeram a pena.

Projeto Rondon
Professor Lucas Sant’Ana

O professor descreve que muito o “orgulha também a dedicação dos nossos alunos em sempre realizarem o melhor. Eles passaram noites em claro preparando atividades. Por exemplo, oficinas e palestras. Além disso, dormindo em colchões no chão de escola, tomando banho gelado e se alimentando quando “sobrava” tempo. Mas tudo isso foi feito por um bem maior: levar um pouco de atenção e conhecimento a uma população que sempre foi, historicamente, desassistida.”

Projeto Rondon
A equipe

A equipe retornou no início de fevereiro para Tocantins, onde, no mesmo batalhão, puderam encontrar outros tantos rondonistas. Cada um com suas histórias, experiências e saudades.

A troca de experiência entre estudantes universitários de instituições de várias partes do Brasil é outro ponto que merece destaque. De um lado, o Projeto Rondon pode ser reconhecido como uma atividade extensionista de aproximação das universidades à sociedade brasileira, a partir da aplicação de conhecimento técnico e científico para a solução de problemas. Já por outro lado, o projeto proporciona ao acadêmico um conhecimento que ele não poderia ter estando limitado a uma sala de aula. A vivência da realidade brasileira, os desafios, decepções e sucessos contribuem para a formação acadêmica e do caráter do aluno. Isso ressalta, mais uma vez, a importância deste projeto para nossa instituição, alunos e professores.

Para o professor Lucas, “sem dúvida alguma, o Projeto Rondon é viver a geografia brasileira, enxergar além dos livros, perceber além dos gráficos e entender além dos mapas. Por outro lado, essa vivência só é possível quando há uma bagagem teórica que respalde o aprendizado prático de campo.”

Lucas afirma que, enquanto professor do curso de licenciatura em Geografia da educação a distância, ele busca integrar seus alunos a este tipo de atividade. Ele também reforça a importância que as atividades “extra sala de aula” possuem para a formação acadêmica. É importante ressaltar o espírito de solidariedade nos alunos e incentivar sempre as atividades voluntárias que visam fazer o bem ao próximo.

Projeto Rondon e o curso de Geografia

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Agradecimento: Profº. Doutor Lucas César Frediani Sant’Ana

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