Sair de casa sem olhar para trás, deixando familiares, uma carreira profissional, cultura, bens materiais e principalmente uma história de vida. É desta forma que os refugiados e imigrantes normalmente saem do seu país de origem. Na maioria das vezes, fugindo de uma crise política e econômica que os impede de sobreviver onde nasceram e construíram um legado. De acordo com o Comitê Nacional para Refugiados (Conare), o Brasil tem cerca de 43 mil pessoas reconhecidas como refugiadas no País, o que representa mais de sete vezes em relação ao número registrado em dezembro de 2019. Ciente desta realidade, a UniCesumar se preocupa em consolidar o trabalho realizado com os imigrantes de Maringá e planeja novas iniciativas com o fim de proporcionar conhecimento e educação de excelência, que vão gerar renda e qualidade de vida enquanto eles permanecerem no Brasil.
A história da UniCesumar com os imigrantes e refugiados começou a ser contada há poucos anos, mas já está colhendo frutos de diferentes ações que foram realizadas neste período. Uma prova disso é a venezuelana Mayerlin Pirela que recentemente começou a trabalhar com conserto e costura, depois de realizar um curso profissionalizante nesta área. Ela chegou no Brasil com a família há oito meses e já tem uma renda que é resultado do que ela colocou em prática depois de concluir o treinamento de capacitação profissional. “Graças a essa maravilhosa benção, minha mãe e eu agora temos um emprego decente, o que nos permite estar em casa e contribuir financeiramente para o sustento da família”, disse Mayerlin, entusiasmada.
Ela é uma das mais de 70 pessoas que receberam o certificado na UniCesumar no ano passado, depois de aprenderem em aulas práticas e teóricas uma profissão que podem executar com facilidade em Maringá e região. Além do curso de Conserto e Costura, a instituição também ofereceu uma capacitação para Auxiliar de Pedreiro e um workshop sobre elaboração de currículo profissional.
Desde 2016, a UniCesumar desenvolve o Programa de Apoio aos Imigrantes e Refugiados em Maringá e região e já ofereceu um curso de português e outros treinamentos nas áreas de Costura e Construção Civil. Este trabalho impactou diretamente cerca de 1.300 imigrantes em situação de vulnerabilidade social, além de milhares de outros, indiretamente. Os imigrantes e refugiados também têm direito a uma bolsa de estudos para graduação, nos sistemas presencial e EAD.
Por meio deste programa, a UniCesumar foi uma das 36 finalistas entre 800 empresas e instituições inscritas no Prêmio Pacto Global 2019,com o projeto “A ideia de uma vida melhor e a situação dos imigrantes e refugiados da região metropolitana de Maringá”.
Doações
Só em 2019, os refugiados receberam doações de alimentos, arrecadados no projeto Meu Papel no Mundo, que oferece aos alunos do EAD da UniCesumar, a opção de substituir o livro impresso pelo digital e assim contribuir com uma campanha de arrecadação de alimentos para entidades assistenciais. No ano passado, o projeto arrecadou 39 toneladas de alimentos em todo o Brasil e uma das entidades beneficiadas foi o Instituto Sendas, que atende imigrantes e refugiados de Maringá e região.
Em 2018, os imigrantes também receberam alimentos arrecadados no “Jogo das Estrelas”, evento que reuniu craques do futebol brasileiro e ainda receberam doações arrecadadas na Festa Junina do Colégio Objetivo.
Desafios
Por meio do departamento de Responsabilidade Social e Instituto UniCesumar, a instituição pretende continuar promovendo a geração de conhecimento e renda com iniciativas que tornem a estadia do refugiado menos traumática e mais acolhedora. A proposta para este ano é ampliar o atendimento aos imigrantes, com foco na integração, por meio do curso online de Língua Portuguesa. Mais do que educação e trabalho, o objetivo da UniCesumar é oferecer dignidade às pessoas que não tiveram outra escolha quando deixaram suas casas em busca de um futuro mais seguro para seus familiares.
“Acolher e apoiar imigrantes e refugiados é um dos maiores desafios contemporâneos no mundo. Nós, como UniCesumar, estamos fazendo a nossa parte, proporcionando a tal grupo vulnerável oportunidades de reconstrução de suas vidas. E isso passa, necessariamente, pela educação”, afirma o diretor de Relações Institucionais, Weslley Matos.
Paraná
De acordo com os dados do Comitê Nacional para Refugiados, o Paraná é o terceiro estado brasileiro com o maior número de refugiados regularizados, com 500 cadastrados, o que corresponde a 8% dos mais de 5 mil e 100 refugiados registrados no Brasil. Segundo dados da última Relação Anual de Informações Sociais, de 2015, são mais de 13 mil estrangeiros trabalhando com carteira assinada no Estado.
