Meu nome é Mayerlin Pirela e sou venezuelana. Há oito meses cheguei em Maringá acompanhada pela minha família, fugindo da ditadura que prevalece hoje em meu país. Trouxemos algumas malas, nossos talentos e desejo de começar uma nova vida.
Sem dominar o idioma, mas com muita vontade de trabalhar, comecei a procurar um emprego. Uma amiga me disse que havia muitas oportunidades de emprego na área de costura e lembro-me de ter ficado desapontada porque eu nunca havia costurado.
Essa boa amiga é professora de balé e se chama Aleteia Pereira Muller. Comecei então a fazer arranjos de cabelo para as alunas dela.
Com o tempo, outra amiga me contou sobre alguns cursos gratuitos oferecidos pela UniCesumar, voltados para imigrantes. Para minha alegria, um de Conserto e Costura estava prestes a começar.
Com entusiasmo, me inscrevi e comecei as aulas. Com a ajuda de minhas instrutoras dedicadas, aprendi do zero, passo a passo, a fazer minhas primeiras costuras, e com um maravilhoso grupo de haitianos, angolanos e venezuelanos, estávamos avançando no conhecimento. Aprendemos os conhecimentos básicos de costura, desde fazer um padrão, colocar botões, zíper e até bolsos.
Em nossa formatura, o diretor de Relações Institucionais, Weslley Matos, nos disse: “Esse novo talento que você aprendeu, ninguém pode tirar de você, será seu para sempre, e tenho certeza de que sim”. O sentimento de alegria ao poder fazer algo que até então era tão desconhecido para você, é algo indescritível! É quase que impossível falar sobre isso sem ficar emocionado.
No entanto, mesmo muito empolgada, eu sabia que só estaria pronta para sustentar financeiramente minha família quando a oportunidade de emprego chegasse.
Um dia, à tarde, minha amiga de balé me disse que havia muito trabalho a fazer para a apresentação das bailarinas, que vai acontecer em julho. Ela olhou para mim e perguntou: “Você sabe costurar? E eu disse: sim, sei!”
A oportunidade chegou! E graças à ajuda que a UniCesumar oferece aos estrangeiros, eu estava preparada para dizer “sim”! Se eu sei como fazer? Eu aprendi a fazer e aprendi muito bem!
E graças a essa maravilhosa benção, minha mãe e eu agora temos um emprego decente, o que nos permite estar em casa e contribuir financeiramente para o sustento da família.
Ao participar das aulas, não apenas aprendi a costurar, foi também a primeira oportunidade que tive de aprender a língua portuguesa e conhecer pessoas maravilhosas que agora são meus mentores e amigos. E também foram dias de viver a sensação de que as coisas ficariam bem e dariam certo. Se eu tivesse a oportunidade, convidaria todos a participarem desses cursos, porque isso mudou minha vida para sempre e sei que pode mudar a vida de outras pessoas.
Mayerlin Pirela é venezuelana, tem 39 anos e chegou há oito meses no Brasil com suas três filhas, esposo, pai e mãe. Ela foi uma das alunas do curso de Conserto e Costura oferecido pelo Programa de Apoio ao Imigrantes e Refugiados da Diretoria de Relações Institucionais da UniCesumar. Ela formou-se em 12 de agosto de 2019.