O mercado global de jogos vive um momento de expansão, como aponta um estudo realizado pela Newzoo, em agosto deste ano. A pesquisa estima que o setor gerará receita de US$ 187,7 bilhões até o final de 2024, representando um crescimento anual de 2,1% e atingindo 3,42 bilhões de players, número que é 4,5% maior em relação a 2023. O estudo também aponta que, neste ano, 1,50 bilhões de players pagarão pelos jogos. Como um todo, a perspectiva é que o mercado de games atinja US$ 213,3 bilhões no ano de 2027.
José de Sousa Magalhães, gamer designer e professor na graduação de Jogos Digitais EAD da UniCesumar, levanta alguns fatores que estão levando ao crescimento explosivo do mercado de games. “A expansão do acesso às tecnologias desempenhou um papel fundamental com a proliferação de dispositivos móveis e a melhora na qualidade da internet, especialmente em regiões menos favorecidas, o que fez com que os games chegassem a mais pessoas. Além disso, o avanço tecnológico permitiu novas formas de jogar, como a inclusão da realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR), que atrai um público mais amplo”, explica.
Magalhães também traz a popularização do Cloud Gaming como um fator impactante para o crescimento do setor. “Essa modalidade permite que os jogadores acessem títulos de alta qualidade sem a necessidade de um computador ou console robusto. Isso democratizou ainda mais o acesso aos games, permitindo que cada vez mais jogadores movimentem a economia dos jogos digitais”, pontua.
Mobile x PC
Os jogos de celular, ou jogos mobile, têm forte presença no mercado dos games. Magalhães cita alguns dados que comprovam essa afirmação. “Somente no ano passado, os games mobile geraram uma receita de U$ 90,4 bilhões, mesmo sofrendo uma queda de 1,6% em relação a 2022, segundo a pesquisa da Sensor Tower, na GameIndusty”, aponta.
O professor diz que o sucesso desse segmento está relacionado à simplicidade e variedade dos jogos mobile. “Muitos títulos são projetados para sessões de jogos curtas e podem ser jogados de forma casual, o que se adapta bem ao estilo de vida moderno e à rotina das pessoas que têm pouco tempo para jogar. Por outro lado, os jogos de computador podem exigir mais tempo e um investimento maior em hardware. Além disso, a integração desse tipo de jogo com redes sociais, e outras plataformas digitais, ajuda a aumentar o engajamento e a retenção dos jogadores”, explica Magalhães.
Mercado de trabalho e graduação em Jogos Digitais
Reconhecendo a expansão do mercado de games e a paixão dos jogadores pelo universo, a UniCesumar tem a graduação EaD em Jogos Digitias em seu repertório, com dois anos e meio de duração.
Magalhães explica as oportunidades no mercado de trabalho para os formados na área. “Se o aluno gosta de desenvolver e programar, ele pode ser um game developer. Caso haja interesse na produção de jogos, criar gameplays e mecânica, ele pode atuar como game producer ou game designer. Já se o estudante tem uma tendência analítica e gosta de realizar correções em games ou processo, pode-se ser um game tester (QA). Além disso, o egresso pode atuar como game writer ou narrative designer, caso seja um acadêmico que goste de criar enredos, roteiros e histórias”, explica.
“Eu penso que, para se destacar em qualquer uma dessas possibilidades, é importante investir em habilidades técnicas e criativas, manter-se atualizado com as tendências da indústria e construir uma rede de contatos, aquele bom e velho network. Participar de comunidades de desenvolvedores, colaborar em projetos e compartilhar conhecimentos pode abrir portas e criar oportunidades para novos talentos no mercado de jogos digitais”, conclui o game designer.