Não é difícil perceber a popularidade crescente dos vídeos curtos na internet e a maior adesão das pessoas às redes sociais que oferecem esse tipo de conteúdo. Tanto que a pesquisa “Panorama Mobile Time/Opinion Box”, publicada em abril deste ano, revelou que a presença dos aplicativos do X (ex-Twitter) e do Facebook diminuiu nos celulares dos brasileiros, enquanto o TikTok ganhou espaço, estando instalado em 46% dos celulares do país.
De acordo com o levantamento, o Facebook está instalado em 76% dos smarthphones nacionais e o X é encontrado em 27%. Antes, em 2023, essas redes sociais estavam, respectivamente, em 82% e 33% dos aparelhos dos brasileiros. O Instagram segue sendo líder absoluto no Brasil, marcando presença em 91% dos smartphones.
Mas o que está por trás da queda das redes sociais mais antigas no mercado e a ascensão do TikTok? Nayara Pelegrinello, professora de Mídias Digitais da EAD UniCesumar, esclarece que essa é uma tendência que vai continuar crescendo. “Primeiro, precisamos lembrar que tanto o Facebook quanto o X são mídias sociais antigas, que chegaram ao Brasil em 2004 e 2006, respectivamente. Por consequência, os usuários envelheceram, e viveram uma internet completamente diferente da de hoje. O TikTok, que está no país desde 2018, ampliou o acesso dos jovens e, por ser uma nova tendência da internet, deve continuar com o desenvolvimento acelerado daqui pra frente”, pontua a professora.
Além disso, Pelegrinello ressalta que, segundo a pesquisa “Digital 2025: Brazil", da DataReportal, o formato que combina vídeos com músicas são os mais consumidos pelos usuários de internet. “O TikTok combina rolagem infinita, consumo fácil, utilização simples e trilhas sonoras virais. Somado com o algoritmo, que prioriza conteúdos personalizados para o usuário, o crescimento da popularidade dessa rede social se torna compreensível, enquanto os formatos do X e do Facebook tiveram poucas alterações nos últimos 20 anos”, pontua.
O Algoritmo do TikTok
A especialista explica que, atualmente, o algoritmo do TikTok analisa o comportamento do usuário e entrega conteúdos segmentados com base em diversos fatores, como o tempo de visualização do vídeo, curtidas, comentários, compartilhamentos e até mesmo quantas vezes o mesmo vídeo foi assistido. “Fora isso, o algoritmo foca principalmente em conteúdos que prendem a atenção, e não no número de seguidores da conta que publicou o vídeo, o que torna possível alguém que está começando viralizar na plataforma”, destaca Pelegrinello.
A liderança do Instagram
Existem várias formas de entretenimento dentro do Instagram, como os stories, feed, explorar e o reels. “Essas diversas funcionalidades dentro de um mesmo aplicativo facilitam a vida dos usuários, que não precisam ficar entrando em outros para consumirem ou postarem em formatos específicos. Também é uma rede social bastante moderna, que lança tendência ou se atualiza constantemente, atraindo o público mais jovem. Isso explica a grande presença nos celulares dos brasileiros”, pontua a especialista.
Por fim, Pelegrinello ressalta que a integração entre os aplicativos da Meta representa uma facilidade para negócios e influenciadores, que podem otimizar tempo e recursos financeiros, além da coleta de dados da navegação do usuário, para uma melhor segmentação e resultados de anúncios publicitários. “A valorização da estética por meio das imagens e vídeos favorece o apelo visual, que é valorizado pelo público e favorece a presença das marcas, pequenos negócios e influenciadores na plataforma, atraindo seguidores e consumidores”.