No dia 26 de setembro é lembrado o Dia Nacional do Surdo. Dentre os vários desafios à pessoa surda, a educação inclusiva ainda caminha a passos tímidos no Brasil. No entanto, pode-se dizer que houve alguns ganhos a partir do decreto 5.626/05, considerado um dos documentos mais significativos até o momento. Isso porque foi a partir dele que a Língua Brasileira de Sinais (Libras), já reconhecida pela Lei nº 10.435/02, foi regulamentada. Dentre outras contribuições, destaca-se a inclusão da Libras como disciplina curricular nos cursos de formação de professores e nas diversas licenciaturas. Na prática, isso significa preparar professores para receber alunos surdos nas classes comuns, em consonância com a legislação referente à inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE).
Pensando em formarmos profissionais aptos para a docência na Educação (anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio), além da educação superior com a devida especialização, a UniCesumar oferta o curso de Licenciatura em Letras-Libras EAD. “O curso visa atender à demanda de profissionais com formação específica no ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua (L1), para a pessoa surda e para pessoa ouvinte, como segunda língua (L2), formando profissionais em diferentes níveis de ensino. Não formamos tradutores ou intérpretes de Libras; é outra proposta. O perfil de alunos que mais buscam nosso curso são pessoas que já atuam na educação ou buscam atuar na educação com o público inclusivo”, esclarece Waleria Leonel, coordenadora do curso, que pode ser concluído em quatro anos.
Segundo ela, quando em contato com o conhecimento da Libras, o professor abre o leque de possibilidades de ensino e busca formas de explicar um conteúdo de modo mais claro e sucinto. “É também uma forma de contribuir com o trabalho do tradutor-intérprete, bem como possibilitar uma melhor interação entre professor e aluno”, pontua ela. Assim, a formação aumenta as oportunidades no mercado de atuação para o exercício da docência e os conhecimentos específicos da área da Educação Bilíngue, garantindo a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva na educação básica. “Apesar de todos os benefícios listados, infelizmente, hoje, ainda são poucos os professores habilitados para trabalhar com os alunos surdos em sala de aula, o que mostra o enorme campo a ser explorado”, pontua.
Metodologia
O curso é dividido em quatro anos, em disciplinas que podem ser realizadas de maneira remota, sempre com acompanhamento de tutor. Além disso, há a carga horária obrigatória em estágio supervisionado e prática pedagógica, atividades complementares e extensionistas. “Ao longo dos anos, espera-se que o aluno tenha a capacidade de reflexão crítica sobre temas e questões relativas aos conhecimentos da Língua de Sinais, ao mesmo tempo que reconheça as contribuições do ensino da Língua de Sinais no desenvolvimento da identidade e língua dos surdos”, explica. Além disso, de acordo com ela, “é possível desenvolver habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”.