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Introdução de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) na alimentação de estudantes do Ensino Fundamental e Médio

Até o ano de 2050 a população mundial será de 9,1 bilhões de pessoas e ainda é um desafio mundial alimentar essa população com segurança. As plantas são elementos primordiais em qualquer ecossistema e representam 80% da alimentação humana, ainda que com elevada diversidade, poucas façam parte da dieta de grande parte da população (DUARTE, 2017). Há desconhecimento acerca de muitas plantas que poderiam contribuir com essa alimentação segura, cujos componentes são benéficos ao funcionamento do organismo humano. As plantas alimentícias não convencionais (PANCs) são plantas que têm métodos de processamentos incomuns e geralmente não têm valor de mercado ou são comercializadas apenas em pequenas escalas (KINUPP e LORENZI, 2014). Dentre as PANCs estão incluídas plantas nativas e exóticas, bem como plantas cultivadas e espontâneas (LEAL et al., 2018). Constituem fontes de alimentos que se desenvolvem em ambientes naturais sem a necessidade de derrubada de novas áreas (BRESSAN et al., 2011).

Apresentam valor nutricional relacionado a teores significativos de sais minerais, vitaminas, fibras, carboidratos e proteínas, além do reconhecido efeito funcional. DUARTE (2017) enfatiza que resgatar e valorizar esses alimentos pode trazer ganhos significativos tanto do ponto de vista nutricional como para cultura, economia e sociedade. Estas plantas caracterizam-se como alternativa e estratégia fundamental para o fortalecimento da soberania alimentar de muitas famílias (CRUZ-GARCIA e PRICE, 2011). Segundo KNUPP e BARROS (2008), as frutas e hortaliças não-convencionais geralmente apresentam teores de minerais e proteínas significativamente maiores do que as plantas domesticadas, além de serem mais ricas em fibras e compostos com funções antioxidantes. Contudo, embora disponíveis a baixo custo, as PANCs ainda são desconhecidas quanto ao seu valor nutricional e ao modo de preparo, o que as tornam subutilizadas por uma parcela significativa da população e faz com que seu consumo seja reduzido (KINUPP, 2007, SOUZA et al., 2009). Os acadêmicos de mestrado em Ciência, Tecnologia e Segurança Alimentar e do curso de Agronomia contribuíram para a formação dos alunos de ensino fundamental e médio ao trocarem experiências sobre as PANCs por meio de dinâmicas lúdicas (jogos educativos e teatro), práticas recreativas e degustação de sementes de abóboras e cup cakes enriquecidos com Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata). Foi relatado pelos alunos e professores da escola que a atividade foi enriquecedora, uma vez que a maioria deles não conhecia as PANCs e seus usos. Também elogiaram a maneira pela qual este conhecimento foi ministrado pelos alunos da UniCesumar e o sabor dos alimentos oferecidos, possibilitando uma forma divertida de ingerir nutrientes. Os acadêmicos participantes do projeto ficaram satisfeitos com possibilidade de interagir com a comunidade através da iniciativa de preparar alimentos enriquecidos com PANCs e de sua divulgação de uma maneira não convencional. Este projeto foi um instrumento pelo qual os mestrandos e graduandos realizaram uma ação de cunho social, possibilitando a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos durante o curso.

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