Sob a coordenação dos professores Silvio Ruiz Paradiso e Adélia Tortoreli, os alunos do 1°ano de Artes Visuais da Unicesumar desenvolveram o projeto "Enegrecendo a Arte", celebrando a semana da Consciência Negra. O resultado do trabalho está em exposição no térreo do bloco 8, até o próximo dia 27.
O professor Paradiso, que encabeçou o projeto, lembra que a data de 20 de Novembro, comemorada sexta passada, marca o dia de Zumbi dos Palmares, herói da resistência negra e, consequentemente, o dia da valorização da cultura negra. "Estudar a cultura negra é obrigação de toda instituição de ensino, a partir da lei 10.639, que garante o ensino de cultura e história afro-brasileira", diz o professor.
O objetivo do projeto foi reler obras de arte clássicas, predominantemente embebidas na cultura estética branca e europeia e trocar tais elementos pela cultura afro-brasileira e africana. A partir das disciplinas de Didática e Comunicação e Expressão, os alunos iniciaram o projeto escrito, elaboraram pesquisa sobre a cultura negra e finalizaram executando a releitura.
"O Nascimento de Adão", de Michelangelo, tornou-se o nascimento de um Yaô, abordando as crenças de matriz africana. O mosaico bizantino "A Virgem e o Menino" ganha o olhar da etnia Surma, da Etiópia, lembrando-nos que a África é nossa mãe. Cézanne e seu "Natureza Morta com frutas" tornou-se "Natureza Morta com Feijoada, Acarajé e Vatapá", apresentando a gastronomia afro- brasileira. Já, "A tentação de Santo Antônio", de Salvador Dali, é relido visando uma crítica ao espólio e violência que a África sofre nas mãos de caçadores e turistas.
"O homem vitruviano", de Da Vinci, mudou para o Homem negro hiphopviano, dando a devida atenção à música negra das periferias do mundo, enquanto que Andy Warhol e sua "Marilyn Monroe" deu lugar para grandes mulheres negras, entre elas Mãe Beata, Dandara, Carolina de Jesus entre outras. "A mulher no espelho", de Picasso, deu lugar a mulher afro-brasileira olhando uma máscara ancestral africana e por fim, "O Nascimento de Vênus", de Botticelli, deu vida a um quadro que representa as festas afro-brasileiras, como o bumba meu boi, a festa de Iemanjá e Maracatu.
Ao final da exposição, as obras serão doadas para núcleos de estudos afro-brasileiros da região.