Uma palestra sobre arte moderna e contemporânea, proferida pelo doutor em História da Arte Manfreide Henrique Martinez, da Universidade Estadual de Londrina, abriu ontem o 7º Ciclo de Artes Visuais do Cesumar. O evento reúne professores e estudantes da área e tem por objetivo ampliar os debates em torno dos movimentos artísticos da atualidade.
Além do tema tratado por Martinez, a noite foi marcada por uma palestra sobre curadoria, proferida pelo artista plástico Carlos Franzoi, diretor do Museu de Arte de Joinville e curador do projeto Rumos Itaú Cultural. Franzoi ministra também uma oficina durante o evento, sobre Elaboração de Portfólio Artístico.
Quanto ao debate central do encontro, o professor Manfreide Martinez, fez uma exposição dos fatos, principalmente dos séculos 18 e 19, que levaram ao estado que está hoje a arte contemporânea. Segundo ele, a arte deixou de ser técnica, para ser tão somente a expressão dos sentimentos pessoais do artista.
"Hoje, não existe mais o desenho, a técnica a referência de uma escola. A arte está se perdendo. Qualquer expressão de um artista tem de ser aceita, rejeitando-se inclusive a crítica", disse Martinez, ao lembrar que a arte cada vez mais se resume a instalações, "ainda que bizarras muitas vezes".
O historiador da arte lembra que no século XX surgiram vários movimentos e muitas propostas artísticas novas. "A inovação constante passou a dar o tom e se perdeu o critério para julgar o que é arte", ressaltou ele, ao explicar a diferença com o passado.
"Antigamente, os homens que inovavam a arte tinham o pé numa referência. Mesmo descompondo uma obra, conseguiam juntar tudo e fazer novamente muito bem. A arte, assim, sempre foi para ajudar as pessoas a construir sentidos, não para chocar, como tem sido hoje", argumentou, ao completar: "Dentro disso tudo, se me perguntarem hoje qual a grande arte do nosso tempo, eu digo que é o cinema, é onde estão fazendo coisas novas, com o uso da tecnologia de uma forma muito criativa e bela", concluiu Martinez.