O Laboratório Interdisciplinar de Intervenção em Promoção da Saúde (LIIPS) da UniCesumar criou o “Pais e Filhos”, um projeto de combate à obesidade destinado a adolescentes de 11 a 17 anos. Nesta edição, o projeto tem uma novidade especial: os pais (ou responsáveis) que acompanharem as atividades também poderão participar. As inscrições vão até o fim de março e podem ser feitas pelo site https://forms.gle/xiqiXkkCqHSqy8uN8.
No programa, serão oferecidos gratuitamente exames bioquímicos, cálculo de índice de massa corporal (IMC), avaliação da composição corporal (peso, massa gorda, massa magra, massa muscular esquelética, percentual de gordura), aferição de pressão arterial, exame de calorimetria indireta para o cálculo da Taxa Metabólica Basal (TMB) e exames físicos. Além disso, também será promovida a prática de exercícios físicos e orientações nutricionais e psicológicas.
O projeto ocorrerá presencialmente nas noites de segunda, quarta e sexta na UniCesumar. As orientações nutricionais e psicológicas serão disponibilizadas remotamente as terças e quintas por meio de transmissões ao vivo.
De acordo com o coordenador do LIIPS, professor Dr. Braulio Henrique Magnani Branco, a obesidade é uma doença crônica e influenciada por fatores internos, como a genética, bem como por fatores externos, tais quais ambiente e o estilo de vida. Além disso, está diretamente relacionada ao surgimento de comorbidades. “O desenvolvimento dessas doenças está relacionado ao estilo de vida inativo, consumo excessivo de alimentos industrializados, excesso de tempo de tela [TV, celular, game e computador], dentre outros aspectos. Por conta disso, as evidências demonstram que a condição crônica da obesidade em crianças e adolescentes necessitam de maior apoio quando comparado a outras idades”, explica.
Segundo o professor, essas condições exigem um olhar amplo para adolescentes com sobrepeso. “O tratamento da obesidade deve focar na modificação do estilo de vida. A perda de peso será uma consequência da mudança de estilo de vida. A partir dessas mudanças o tratamento frente ao combate da obesidade tende a apresentar maior sucesso.”
A mestranda em Promoção da Saúde Déborah Cristina Marques explica que há inúmeros fatores de riscos associados ao ganho de peso acelerado em crianças em adolescentes. Entre eles, estão a presença de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes mellitus, neoplasias, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, dislipidemias e doenças respiratórias crônicas.
“A condição crônica na idade jovem está associada ao risco cardiometabólico. O agrupamento dos fatores de risco, como o depósito excessivo de gordura na região abdominal, dislipidemias, hipertensão e diabetes em jovens, está relacionado com o adiantamento da doença aterosclerótica e risco cardiometabólico precoce. Se não tratado, pode progredir a síndrome metabólica, sucedendo a maior morbimortalidade na vida adulta”, alerta.
Segundo Déborah Cristina Marques, a mudança de estilo de vida é a principal estratégia para combater a obesidade – e isso está diretamente relacionado ao contexto familiar. “Se o jovem estiver inserido em um meio que promova o ganho de peso prejudicial à saúde, por meio de padrões de comportamento, o risco de desenvolver problemas de saúde é elevado.”
Marques explica que o envolvimento dos pais e o exemplo dessas atitudes no estilo de vida podem influenciar positivamente no tratamento eficaz de doenças relacionadas ao ganho de peso. “A participação de pais ou responsáveis em conjunto aos adolescentes pode proporcionar melhor adesão aos tratamentos multiprofissionais, além de promover impactos mais duradouros e eficazes no tratamento de doenças. Por isso, abrimos a possiblidade de os pais também fazerem o acompanhamento multiprofissional para o tratamento global da saúde.”
