Nos últimos dois anos, a pandemia da covid-19 gerou números significativos de morbidade e mortalidade global. Foram mais de 628 milhões de casos positivos e mais de 6,5 milhões de mortes ocasionadas pelo coronavírus no mundo. Pesquisadores apontam que os impactos de curto e longo prazo da síndrome respiratória aguda grave tornaram-se um desafio para a promoção de ações de recuperação da saúde dos sobreviventes da covid-19.
Ou seja, mesmo após a liberação médica, pessoas infectadas pela doença podem ter sintomas persistentes, a chamada síndrome pós-covid ou covid de longo prazo. Entre os sintomas, alterações cardiovasculares, pulmonares e neuromusculares, entre outras manifestações orgânicas e psicossociais.
Essas alterações também estão presentes em pacientes com obesidade, o que pode torná-los mais suscetíveis ao desenvolvimento da síndrome pós-covid, conforme aponta estudo realizado por pesquisadores Laboratório Interdisciplinar de Intervenção em Promoção da Saúde (Liips) da UniCesumar de Maringá.
A pesquisa foi realizada com 171 pessoas que tiveram a Covid-19 de forma leve (não hospitalizados), moderado (hospitalizado) e graves (UTI) e participaram do Projeto Pós-Covid, desenvolvido pelo Laboratório.
De acordo com o coordenador do Liips, Braulio Branco, o estudo verificou que os pacientes hospitalizados apresentaram menor aptidão cardiorrespiratória quando comparado a pacientes não hospitalizados. A saturação periférica de oxigênio decaiu significativamente durante o teste cardiopulmonar em pacientes graves (UTI) quando comparado àqueles que não foram hospitalizados.
Os dados resultaram em um artigo intitulado “Composição corporal e aptidão cardiorrespiratória em pessoas com sobrepeso ou obesidade pós-covid: um estudo comparativo”, que foi publicado na na Revista Internacional Frontiers in Physiology e que poderá nortear condutas de reabilitação para os sobreviventes da covid-19.
Projeto Pós-Covid
O projeto foi criado no início de 2021 com o intuito de promover a reabilitação biopsicossocial dos pacientes acometidos pela doença. O programa multidisciplinar contou com a participação de aproximadamente 50 alunos de Educação Física, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Biomedicina e Medicina, além de integrantes do mestrado e doutorado em Promoção da Saúde. O encerramento ocorreu na última semana com entrega de certificados para os participantes.
