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Mundo novo na medicina para breve, aponta palestrante


Ao falar na abertura do 2º Congresso Interdisciplinar de Saúde do Cesumar, nesta terça-feira à noite, no Teatro Marista, o médico Fábio Gandour, gerente de novas tecnologias da IBM Brasil, destacou o mundo novo da medicina, que vislumbra cura para doenças crônicas, como a diabetes e a hipertensão. Segundo ele, o que há de mais moderno em desenvolvimento é a biogenética, que produzirá medicamentos sob medida para cada pessoa.


O médico, Ph.D em Ciência da Computação, falou para um público de aproximadamente mil pessoas, logo após a solenidade de abertura, na qual esteve presente o reitor, Wilson de Matos Silva, o diretor de Saúde do Cesumar, Willian Kendrick e Silva, a coordenadora do programa Maringá Saudável, Ana Rosa Oliveira, professores, coordenadores de cursos, alunos e profissionais de saúde em geral.


Futuro
Conforme o palestrante, o trabalho na vanguarda dos laboratórios de pesquisa tem lhe permitido desenvolver uma visão do que vai acontecer no futuro da saúde, considerando principalmente que a tecnologia interfere muito na prestação de serviços.


O especialista prevê que num futuro não muito distante a medicina vai estar individualizada. "Os profissionais de saúde vão usar instrumentos individuais para fazer diagnósticos e a indústria farmacêutica deve produzir medicamentos individuais", disse ele, enfatizando a fármacogenética como um dos avanços mais importantes na área.


"Desse modo" – observou o médico – "é bom preparar esses estudantes que estão hoje em vias de entrar no mercado de trabalho para que sejam capazes de desfrutar o melhor possível desse cenário".


O prazo para essa revolução na medicina não está muito distante. Supõe-se que dentro de três a cinco anos vá existir no mercado uma droga farmacogenética ativa. "Eu particularmente acho que esse tempo será menor, de dois a três anos. Já existem experimentos em animais com drogas farmacogenéticas com bons resultados. Essa união entre os conhecimentos de genética e os conhecimentos de tecnologia vai representar, por exemplo, a cura definitiva de doenças crônicas, como a hipertensão e a diabetes", assinalou.


Preparo
E estarão os profissionais de saúde preparados para lidar com todas as novas tecnologias? Gandour acredita que em maior ou menor grau os profissionais de saúde já sabem que vão enfrentar um mundo novo. "Parabéns para o Cesumar, que percebeu essa necessidade e tratou de trazer esse tipo de informação para seus estudantes. Acho que quanto mais a gente disseminar essa informação, mais fácil será o sucesso profissional desses novos agentes que vão entrar no mercado num futuro não muito distante", destacou.


Para Gandour, os avanços nos diagnósticos não irão afastar o contato do profissional de saúde com o paciente. Ele afirma que a "tecnologia só se justifica se estiver a serviço das pessoas".


Finalizando, fez um alerta aos novos profissionais de saúde. "´Tratem de estar atentos e perceber que a tecnologia realiza muitas coisas, mas outras tantas ela não consegue realizar como, por exemplo, substituir o calor humano na relação médico-paciente. Acho que esse alerta também faz parte do preparo dos novos profissionais. Eles têm de estar atentos a isso sem ter uma  atitude avessa a tecnologia de vanguarda", concluiu.


Progresso da Ciência
Ainda em entrevista, antes do início da palestra, Gandour comentou que o grande problema hoje para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no Brasil é ultrapassar a barreira da universidade. "Eu acho que é hora da pesquisa sair da universidade e ir para as empresas privadas.  E dou um exemplo: nos Estados Unidos, de cada seis Ph.Ds, seis estão na área privada e quatro nas universidades. No Brasil, em cada dez Ph.Ds, sete estão na universidade e apenas três na área privada. É hora de inverter a mão dessa estrada. Quem tem de financiar o progresso da ciência é o setor privado, porque afinal de contas, é ele que colhe o benefício desse progresso".


Isso ainda não acontece no Brasil por problemas de caráter político, econômico e social , na opinião do gerente da IBM.  "Vejo também uma mudança. Nós passamos por um processo de desenvolvimento industrial que privilegiava o produto. Agora estamos entrando num mundo onde o produto não é mais lá tão importante. A idéia e o processo de produção do produto é que são importantes. E para ter brilhantes idéias e criar novos processos é preciso ter boas cabeças. Portanto, as empresas que querem ser competitivas daqui para frente, tratem de buscar essas boas cabeças e incluir nas suas folhas de pagamentos", enfatizou.


Foto: Douglas Oliveiras, aluno de Jornalismo do Cesumar

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