“Estudos mostram que hoje o dinheiro da aposentadoria é mais voltado para a compra de medicamentos do que para atender outras necessidades do idoso”. Esta afirmação foi feita pela nutricionista e doutora em Saúde Pública, Maria de Fátima Marucci, da USP, de São Paulo, ao abordar o tema “Perspectivas para o Idoso”, no 2º Congresso Interdisciplinar de Saúde do Cesumar, nesta quinta-feira pela manhã (31).
Uma das preocupações da especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, é quanto à necessidade de conscientização não só dos profissionais da saúde como da sociedade em geral para um tratamento diferenciado ao idoso, que lhe assegure uma melhor qualidade de vida.
Segundo Marucci, o Brasil não está preparado para atender o envelhecimento populacional que chegará, em 2025, ao nível dos países desenvolvidos, com um total estimado em 32 milhões de pessoas com mais de sessenta anos de idade, ou seja, 15% da população.
Marucci alerta para o fato de que o grande aumento da população idosa vai demandar muitos serviços de saúde com custos elevados, tornando-se uma questão de saúde pública, “razão pela qual este é um problema que precisa ser pensado e discutido”, diz ela.
Para a nutricionista, na verdade o país precisa começar a pensar também no adulto, realizando trabalhos que desenvolvam hábitos saudáveis de vida. “O Brasil está despertando para isso só agora e é importante que comecemos a mudar a mentalidade das pessoas, sabendo que a adequação dos modos de vida deve começar na idade adulta para se evitar lá na frente os problemas de saúde”, concluiu a doutora.