Vinte professores da educação básica foram homenageados e receberam bolsa de pós-graduação da Unicesumar nesta segunda-feira. Trata-se de professores cujas turmas da 5ª série tiveram o melhor desempenho em avaliação de português e matemática aplicada no final do ano passado pelo programa "Excelência na Educação Básica", desenvolvido desde 2103 pela instituição.
Semelhante à Prova Brasil, a instituição aplicou a avaliação em 293 turmas de 124 escolas, atingido 6.726 alunos de trinta municípios. A nota média obtida foi de 4,3, mas várias escolas atingiram média acima de 6,5. Os professores destas turmas foram convidados a vir à instituição para receber a homenagem e contar suas experiências em sala de aula.
O programa "Excelência na Educação Básica" é ligado ao Mestrado em Gestão do Conhecimento nas Organizações, dentro da linha de pesquisa em educação, e se trata de uma tentativa da Unicesumar de ajudar as escolas da região da Amusep (Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense) a melhorar seus níveis de qualidade.
Para o reitor Wilson de Matos Silva, o esforço conjunto da escola e sociedade é fundamental. "A educação não é um trabalho qualquer. Nós formamos pessoas e é um papel de grande responsabilidade. Quando a escola deixa de ser prazerosa, há um desestímulo e desistência dos alunos. Creio que é possível fazer diferente do que está posto, por isso investimos nesse trabalho e convidamos vocês a serem os protagonistas da mudança", disse aos professores homenageados.
O próximo passo, segundo informou o coordenador do Programa, professor José Gonçalves Vicente, é a gravação de aulas com os conteúdos específicos estabelecidos pelo MEC para o 5º ano, que serão disponibilizadas em plataforma virtual para as escolas atendidas pelo projeto. A meritocracia é outro ponto a ser valorizado e para tanto já estão sendo planejadas novas formas de reconhecer o desempenho de alunos, professores e equipes diretivas ao final deste ano.
Os professores homenageados nesta segunda-feira são de sete cidades: Floraí, Ivatuba, Mandaguari, Marialva, Maringá, Nova Esperança e Sarandi. Ao falar de suas experiências, muitos destacaram programas de leitura desenvolvidos em suas escolas como diferenciais no desenvolvimento dos alunos. Outros citaram também a formação continuada, a disciplina em sala de aula e uso de situações concretas, como fatores que contribuem para a melhoria.
A professora Carmen Lúcia Rafael, da Escola Bom Pastor, de Mandaguari, disse que utiliza muita leitura em sala de aula. Ela inclui o uso da internet, mas também de outros meios, como jornais e revistas a rótulo de alimentos. "Vejo que esse é um diferencial. Quem não lê não sabe nada", enfatizou a professora, ao salientar que exige dos seus alunos a compreensão do que leem. Da mesma opinião é a professora Márcia Aparecida Busseli, da Escola rural Jorge Amado, de Nova Esperança. "O professor precisa oferecer sempre mais e não se limitar apenas aos livros didáticos", defendeu a professora.
Para o professor Carlos Pagani, da Escola Rural José Garbúgio, de Marialva, o que contou no bom desempenho dos seus alunos não foram os recursos de multimídia, internet, computador, já que poucos têm acesso. "Trabalho com uma comunidade rural, crianças mais simples e lanço mão das atividades lúdicas para envolvê-las, fazendo uso sempre de material concreto. Acho que isso tem dado certo", analisou ele.