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Prefeitos e secretários de educação dos 33 municípios da Amusep (Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense) estiveram hoje pela manhã na Unicesumar para conhecer um projeto desenvolvido pela instituição que pretende ajudar na melhoria da educação nas escolas da região.
A proposta denominada "Programa de Excelência na Educação Básica" partiu de uma aspiração do reitor Wilson de Matos Silva de melhorar os índices hoje apresentados pelas escolas desses municípios nas avaliações do MEC. A média dessas cidades no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2011 foi de 5,3.
O reitor criticou a média 6,0 estabelecida pelo Governo Federal para ser alcançada pelos municípios até o ano 2021. "É um tempo muito longo e uma nota baixa em relação aos países desenvolvidos. A educação é a única fonte inesgotável de riqueza e precisamos nos comprometer profundamente com ela se quisermos melhorar o país", disse ele.
A Unicesumar pretende com o programa dar assistência aos municípios na elaboração de propostas que possam melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem em sala de aula. Para isso, conta com um grupo organizado de mestres e doutores nas áreas de pedagogia, psicologia, educação e estatística tanto para avaliar a situação de cada escola como pensar em propostas juntamente com os professores e gestores dessas unidades que possam contribuir com a elevação do nível educacional.
Assistência gratuita
O programa se baseia na realização de diagnósticos e busca de soluções para os problemas encontrados e deve atender aos municípios gratuitamente, por meio de convênios assinados com a instituição.
O prefeito de Ivatuba, Robson Ramos, que já assinou o convênio, disse que , assim como ocorre com o cooperativismo, uma união de forças pela melhoria da educação pode ser frutífera. "Nós vimos na proposta, uma forma de termos avaliações mais rápidas e reais das nossas situações do que aquelas que o Governo Federal nos oferece através das provas que aplica", disse ele.
Diagnóstico
Na reunião com os representantes dos municípios, foi apresentado o resultado de um projeto piloto aplicado em doze escolas de cinco cidades: Maringá, Sarandi, Ivatuba, Porto Rico e Jaguapitã (as duas últimas fora da região da Amusep, mas que se enquadram nos mesmos padrões das demais). Alunos, pais e professores foram ouvidos na pesquisa.
De acordo com o professor e estatístico José Gonçalves Vicente, coordenador do trabalho, foi possível constatar situações que dependem de uma intervenção e comprometimento de todos envolvidos na educação – família, escola e sociedade – para mudar. "Nós constatamos, por exemplo, que as famílias têm grande consideração pelas escolas, mas os pais vivem distantes da vida escolar dos filhos. Por sua vez, os estudantes gostam da escola, porém preferem a quadra de esportes e a merenda escolar à sala de aula", esclarece, entre outros apontamentos que, segundo ele, exigem uma reflexão dos educadores para se pensar como mudar estas situações.
Conforme afirmou ainda a professora Tânia Corredeto Periotto, da equipe pedagógica do programa, "a intenção é trabalharmos juntos com os diretores, professores e supervisores, buscando meios que alterem a realidade que temos hoje de baixa qualidade da educação".
Ação imediata
Na própria reunião, os secretários de educação em conjunto com a equipe do programa decidiram iniciar imediatamente um trabalho para aplicar ainda este ano nas escolas uma avaliação própria (independente da Prova Brasil que será aplicada na próxima semana) e assim obter um diagnóstico mais rápido das condições de aprendizagem da língua portuguesa e matemática, de forma que no próximo ano possam corrigir as fragilidades. A avaliação será única para todos os municípios e os dados serão avaliados pela equipe do Programa Excelência na Educação Básica, da Unicesumar, devendo ser apresentados no mês de janeiro.