Unicesumar
Unicesumar

Estudante de biologia encontra pássaros em extinção no campus do Cesumar


A estudante de Ciências Biológicas do Cesumar  Priscilla Esclarski fez um levantamento da  fauna de aves no campus da instituição e encontrou, além de grande quantidade de espécies, aves ameaçadas de extinção no Paraná.

 Priscilla concluiu a pesquisa este mês, com o  registro de 80 espécies de aves. A maior surpresa foi encontrar espécies que não tinham registros no interior do Paraná, caso do Assanhadinho-de-Cauda-Preta, até então encontrado só no litoral paranaense e na cidade de Rio Branco do Sul, próximo a Curitiba.

Outro registro importante foi o Bacurau-Norte-Americano, que está na lista de aves em extinção do Paraná. Ave migratória da América do Norte, a espécie só havia sido registrada antes na Mata dos Godoy, na região de Londrina. 

Três grupos de aves foram identificados pela pesquisadora: aves de rapina, (que são as predadoras), de campo aberto e de florestas.

Para  Priscilla, a diversidade de aves se deve à vegetação rica existente no campus, com muitas árvores nativas, como gurucaia, sibipiruna, ipê  e pata de vaca, entre outras. "As aves identificadas são na sua maioria atraídas pelos frutos e sementes, das quais se alimentam, e que encontram no campus", observou.

O campus da instituição possui hoje, de acordo com uma outra pesquisa realizada pela doutora em botânica e professora de Ciências Biológicas, Edicléia Bonini, mais de 12 mil pés de árvores e arbustos (plantas de menor porte) de 176 diferentes espécies. A área de 8 alqueires total possui ainda uma reserva de  mata nativa e uma de mata ciliar.

De acordo com a estudante Priscilla Esclarski, as aves encontradas no campus são típicas da mata atlântica. "Com a expansão da agricultura e a urbanização crescente, elas acabaram ficando ilhadas em locais onde há vegetação para sua sobrevivência", explicou.

A pesquisa

A pesquisa de campo foi realizada de maio a novembro com orientação da professora Cibele Zanon e co-autoria do estudante Willian Leite Gildo, do 2º ano de Ciências Biológicas. A observação em campo foi dividida em dois horários - das 6h às 10h e  das 18h às 22h – para que os estudantes pudessem fazer o registro de aves de hábito diurno e noturno.

Priscilla explica que a identificação foi tanto visual como pelo canto dos pássaros. Na falta de visualização, ela precisava gravar o canto para depois fazer a identificação da espécie. A base da consulta foi o "Guia de Campo Avis Brasilis - Avifauna Brasileira", de Tomas Sigrist, que tem todas as espécies brasileiras registradas, além de várias outras fontes. 

A estudante também buscou a ajuda de pesquisadores externos, da UEM e da UEL, que a ajudaram na identificação de muitos pássaros.

"O levantamento foi bastante trabalhoso para ter validade científica. Quando eu via uma ave e não conhecia, fazia anotações das suas características para depois procurar na literatura e fazer a identificação. Em alguns casos, tive até de fazer sonograma para comparar os cantos entre uma espécie e outra e não existir dúvida", esclareceu a estudante, que depois desse trabalho está esperando ser chamada para um mestrado no INPA – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, que fica em Manaus.

Últimas notícias

Categorias