Imigrantes: entre dores e superações, histórias de vida que inspiram

Dia 25 de junho é comemorado o Dia do Imigrante no Brasil; Conheça histórias de alunos da UniCesumar que vieram de outros países e que são exemplos de vida

 

A população brasileira é considerada uma das mais miscigenadas do mundo, devido, sobretudo, ao seu processo de colonização. No entanto, muitos outros povos migraram para cá ao longo da história, aumentando ainda mais a quantidade de nacionalidades existentes no país.  Os motivos pelos quais pessoas de países diferentes continuam chegando ao Brasil são muitos, dentre eles principalmente as questões econômicas, mas também aspectos de instabilidade política e social. O fato é que a grande motivação é a busca por uma melhor qualidade de vida que, por alguma razão, não é mais possível em seus países de origem. Tamanha a importância desse cenário, dia 25 de junho é comemorado o Dia do Imigrante no Brasil.

E foi exatamente em busca de paz e estabilidade que a jovem ucraniana Halyna Yakovenko, de 23 anos, saiu de seu país há pouco mais de dois anos, quando a  Ucrânia iniciou uma guerra civil com a Rússia. “Eu tinha uma vida normal, fazia faculdade e morava com minha família. De repente, tudo mudou. Meu país entrou em guerra e tive de sair com meus dois irmãos pequenos para nos mantermos em segurança”, lembra. Com ajuda da igreja, conseguiu migrar para a cidade de Maringá (PR) sem falar nada de português. “Viemos apenas com uma mala. Meu pai não pôde sair, pois é militar. Minha mãe foi para a Alemanha, depois de um tempo”, detalha a jovem.

Felizmente, ela e os irmãos tiveram ajuda financeira e apoio emocional, onde puderam recomeçar a vida, mesmo diante de todos os desafios que se apresentavam. Não demorou e logo Halyna retomou os estudos. “Meus documentos da graduação se perderam por conta da guerra. Então, tive de fazer o preparatório do Encceja para conseguir a equivalência do Ensino Médio.” Ela não só passou de primeira, como ingressou, na sequência, em um curso técnico em Comércio Exterior EAD na UniCesumar. “Escolhi o curso porque já tinha alguma afinidade e consigo trabalhar de qualquer lugar do mundo”, diz ela, que fala quatro línguas (russo, inglês, português e espanhol).

Hoje, os irmãos estão novamente com a mãe e, mesmo longe da família,  ela não pretende ir embora do Brasil tão cedo. “Ainda há muitas coisas que preciso conquistar por aqui. Nada foi fácil até o momento, mas tive a sorte de ter uma família que me acolheu e de muitas pessoas que ajudaram. Por enquanto, tenho trabalhado bastante e estudado também”, conta. Segundo ela, a vida de uma imigrante é de adaptação constante, seja de idioma, cultura, alimentação, amizades e saudade. “Estou tentando viver um dia de cada vez, em viver o agora em segurança, principalmente”, diz.

Luto para um novo nascimento

A jovem venezuelana Gineth Rangel Prado, de 24 anos, que há seis anos está no Brasil, nunca tinha saído de perto da família até se mudar para cá, onde o irmão já estava morando. “Eu completei 18 anos, comecei a fazer faculdade de Direito, mas não tinha muitas perspectivas em meu país, pela situação econômica e política. Decidi que era preciso sair e arriscar, mesmo sem ter experiência”, diz. Para isso, sabia que teria de trabalhar em empregos que não exigissem qualificação, mas que garantiriam seu sustento. “Comecei lavando pratos, passei por limpeza de estoque, lanchonete, atendimento ao cliente em um aplicativo, enfim, foram várias experiências.” Hoje, ela trabalha no setor financeiro de uma empresa que vende software.

Desde que chegou ao país, houve o período de pandemia de Covid-19, no qual não parou de trabalhar. “Foi uma época muito difícil, em que além da tensão pela qual o mundo passava, eu quase não tinha tempo de dormir por causa do trabalho e não falava bem o português. Olhando para trás, não sei como consegui superar essa fase.” Não só superou, como conseguiu completar sua graduação em Psicologia na UniCesumar com sua força de vontade e a ajuda de muitas pessoas. “Agora, quero muito me aprofundar nos estudos dos processos migratórios. Quando um imigrante decide sair de seu país, ele não está apenas saindo de casa, está indo para um local que, muitas vezes, não vai ter suporte, vai estar longe da família. Literalmente, voltamos a ser uma criança, em que temos que aprender tudo”, pontua.

Recém formada, ela pretende ingressar numa pós-graduação em saúde mental voltada aos imigrantes. “Além do processo de aprendizagem, é um verdadeiro processo de luto da vida antiga, você morre para nascer. Também há a situação dos refugiados que precisam abandonar seus países, suas famílias, sem saber se vão sobreviver. Enfim, são dores, são lutas, são sonhos que se misturam nessas histórias de pessoas de toda a parte do mundo em busca de uma vida melhor.”

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