Neurocientista ministra palestra para estudantes da Unicesumar


O curso de Medicina da Unicesumar promoveu, na noite de ontem (28), a palestra "Interfaces Cérebro Máquina – Da Ciência Básica até as Neuropróteses", do médico e cientista brasileiro Miguel Ângelo Laporta Nicolelis, pós-doutor em Fisiologia e Biofísica pela Universidade de Hahnemann. O evento aconteceu no auditório Dona Etelvina, na própria instituição, e contou com a presença de alunos e professores da área de saúde.

Miguel Nicolelis dá nome ao Centro Acadêmico de Medicina da Unicesumar e é considerado um dos 20 maiores cientistas do mundo pela revista "Scientific American". Segundo Leonardo Teixeira Ramoniga, presidente do centro, promover a palestra é oferecer oportunidades singulares a fim de aprimorar o conhecimento sobre saúde. Ele acrescentou que batizar o centro com o nome do cientista é se inspirar em um brasileiro vencedor.

Nicolelis, com muito bom humor, disse que é motivo de orgulho a homenagem prestada pelos alunos da Unicesumar e que fica feliz por não precisar ter morrido por isso, arrancando risos dos presentes. "Sempre foi muito difícil o caminho da pesquisa, mesmo no país líder da ciência mundial. Mas nós, brasileiros, sabemos que é possível ser cientista, sim", afirmou. "ÀS vezes, tornamos o impossível em factível. É isso que a ciência faz. Não podemos ter medo de buscar as respostas, mesmo que trabalhar com ciência não faça parte da nossa cultura", acrescentou.

Após muitos esforços e estudos, o palestrante é conhecido, entre muitos trabalhos, pela descoberta de um sistema que possibilita a criação de braços robóticos controlados por meio de sinais cerebrais, como o exoesqueleto apresentado na abertura da Copa do Mundo no ano passado. Entre as pesquisas do palestrante, está a integração do cérebro humano com máquinas, chamadas neuropróteses, para a reabilitação de pacientes que sofram de paralisia corporal.

"Nunca deem ouvidos para quem diz que sua ideia é louca. Essa é a principal arma da mediocridade para coibir a ousadia. E o Brasil precisa dos seus sonhos. Eu acreditei que poderia ser cientista e corri atrás. Hoje, estou realmente trabalhando com o que sempre quis", disse Nicolelis. O neurocientista contou, ainda, que escreveu cerca de 60 cartas para diversas universidades americanas que pudessem aceitá-lo para realizar suas pesquisas. "Apenas duas me responderam. Eu rejeitei o convite da Yale, que é uma das maiores do mundo, e acabei na Hahnemann, justamente porque queriam estudar a mesma área que eu: tempestades neurais".

O palestrante contou sua trajetória, um pouco de suas pesquisas e, acima de tudo, motivou os jovens estudantes a seguirem o caminho que sempre desejaram. "Ninguém consegue dizer a alguém que o seu sonho não é possível. Então, corram atrás e sejam médicos, cientistas ou o que vocês quiserem ser", finalizou.

Últimas notícias

Categorias