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Pesquisa aponta risco de aparecimento mais grave da dengue

Ao longo de 2009, o curso de Biomedicina do Cesumar realizou uma pesquisa de campo em que investigou a contaminação de indivíduos pelo vírus da dengue no ano de 2007, quando o município registrou uma epidemia da doença. O objetivo era saber se o número de resultados negativos nos exames realizados pelos serviços de saúde na época eram reais ou poderiam estar indicando um resultado falso-negativo.

De acordo com o professor que coordenou a pesquisa, Fernando Henrique Ribeiro, a investigação aponta que realmente muitas pessoas, além dos números oficiais, contraíram a doença, sem que os exames detectassem. "Isso se dá  principalmente devido ao fato de que o período de manifestações clínicas precoces ocorre dias antes do aparecimento de anticorpos detectáveis nos exames laboratorias", explica.

A pesquisa coletou amostras de sangue de 64 voluntários, a partir da consulta a 178 pessoas que durante a epidemia de 2007 tiveram sintomas característicos da infecção pelo vírus Dengue, porém apresentaram resultados negativos nos exames realizados pelos serviços de saúde do município.

As amostras de sangue foram analisadas por método imunológico que pesquisa anticorpos do tipo IgG, que são produzidos especificamente contra um agente infeccioso, e permanecem ao longo da vida dos indivíduos, conferindo memória imunológica.  Nesta pesquisa, 34% dos voluntários apresentaram anticorpos específicos contra o vírus Dengue, o que significa que eles foram expostos ao agende infeccioso.

Este trabalho aliado ao estudo realizado anteriormente pelo grupo de pesquisa  sugere que o número de casos não confirmados de Dengue foi muito maior que os dados oficiais. A preocupação dos pesquisadores é apresentar para a população dados mais precisos para que sirva de alerta, já que em uma nova epidemia a doença pode se manifestar de forma bem mais grave nas pessoas que já a contraíram uma vez.

Paralelamente ao estudo, foi realizada a determinaçao do índice de avidez dos anticorpos IgG das amostras. O resultado demonstrou que os anticorpos produzidos contra o vírus são de alta avidez, conferindo proteção contra o vírus circulante a quem já o contraiu uma vez. "No entanto, os anticorpos produzidos contra um sorotipo em uma primeira infecção, podem se cruzar com um sorotipo diferente em uma segunda infecção, potencializando a replicação viral e consequentemente agravando as manifestações clínicas da doença", alerta o professor.

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