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Profissionais da Saúde falam sobre realização e amor pelo que fazem

O primeiro ano da graduação pode trazer sentimentos diversos. E quando se trata do curso de Medicina essas sensações podem ser ainda mais latentes. É aquele misto de alívio por ter conseguido entrar na universidade e a apreensão e medo da carga horária pesada e dos desafios da carreira. É nesse contexto que estão os alunos que participaram do Vocação Day, evento promovido pelo Núcleo de Apoio Integral (NAI) e que tem como objetivo, estabelecer uma conversa entre profissionais e alunos, sobre profissão, carreira e outros desafios que permeiam os anos universitários.

Como o evento acontece em formato de um talk show, estavam presentes a pediatra Milena Lacerda Colombari, a fisioterapeuta Juliana de Oliveira Barbosa e o psicólogo Rafael Avancini. Também foram convidados na hora, dois alunos do curso de Medicina. A ideia era falar como escolheram a profissão e os principais desafios que tiveram durante essa escolha.

A trajetória de João, aluno do primeiro ano, é um pouco diferente da maioria. Ele contou que sempre conviveu com o pai médico e o impacto que esta profissão causava na cidade onde moravam. Porém os anos se passaram e ele optou pelo Direito, atuando por alguns anos na área. Alguns anos depois, percebeu que não estava realizado na profissão. Decidiu retornar para o sonho de criança de ser médico e hoje voltou para a sala de aula para enfrentar esse desafio.

Diferente dele, Henrique que também iniciou o curso esse ano, sempre quis fazer Medicina, por influência de familiares e disse que nunca pensou em seguir outra carreira. “Penso no bem que esta profissão traz para as pessoas e é isso que quero fazer para o resto da minha vida”, disse o aluno.

Ainda sobre a escolha da carreira, Milena contou que desde pequena sonhou em ser médica pediatra. “Mesmo sendo uma das áreas da Medicina que paga menos, optei por fazer o que me faz feliz. Quando você vai decidir por uma profissão ou uma especialidade, é importante você se imaginar acordando todos os dias e atuando naquela área. Você vai se sentir bem e realizado?”, indagou a pediatra. Milena complementou dizendo que conhece muitas pessoas que não trabalham com que gostam e que nem sempre o resultado de dinheiro é o que vale para a nossa vida.

Já a fisioterapeuta Juliana, contou que não escolheu a profissão e sim que foi escolhida pela Fisioterapia. Por ter dois irmãos especiais, um com síndrome de down e outro com encefalia, ela passou toda a infância acompanhando a mãe nas sessões de reabilitação dos irmãos. “Ao invés de ir para as aulas de música ou esporte, eu tinha que acompanhar a minha mãe na fisioterapia. Foi ali que eu nasci e cresci”.

Ela conta que toda expectativa de ser uma boa profissional, por parte dos familiares, estava sobre ela. “As pessoas pensavam: Essa menina tem que dar certo! Mas mal sabiam elas que quem daria certo mesmo seriam os meus irmãos Guilherme e o Gustavo, porque por onde eles passam eles levam sorrisos, carinho, atenção e quando as pessoas veem aquela alegria, percebem que seu problema não é tão grande assim”.

Outro profissional que participou do Vocação Day, o psicólogo Rafael, contou que logo que terminou a graduação, decidiu prestar um concurso para um cargo público e nessa empresa ele permaneceu por 14 anos, pensando apenas na estabilidade financeira. Porém não era o que ele realmente queria fazer da vida. “Desde quando eu tinha 17, 18 anos eu percebia o quanto as pessoas eram afligidas por problemas psicológicos e eu queria ajudar de alguma forma. Depois de todos esses anos, decidi largar o cargo público e hoje trabalho com a psicologia infantil e me apaixono todos os dias por poder trazer alívio e algum tipo de auxílio para as pessoas”.

Voltando à história da Juliana, ao final do evento, o Guilherme e o Gustavo entraram na sala para dar um abraço e um beijo na irmã e dar um “Oi” para os alunos. A alegria contagiante dos dois emocionou muitos dos que estavam na sala. “Eles não tem nenhum diploma. O Gustavo é alfabetizado e o Guilherme consegue escrever algumas letras do alfabeto. Mesmo assim, eles levam alegria e alívio para muitas pessoas com um sorriso, um abraço ou simplesmente dando uma bala ou um chocolate para quem eles encontram.”

A respeito das dificuldades durante a caminhada, Juliana é enfática em dizer que nunca foi fácil. “Nunca foi fácil durante a minha infância, durante a graduação. Todos os dias eu vejo pessoas em situações muito difíceis porque ninguém que vai para a uma sessão de fisioterapia está bem. Porém, as dificuldades nos ajudam a crescer e a entender o propósito de Deus nas nossas vidas”.

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