A Mestre Juliani Leite Silva, egressa do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da Universidade Cesumar (UNICESUMAR), ingressante na turma de 2020, lançou o livro intitulado “Famílias marcadas pelas falsas memórias: a dor de crianças e adolescentes vítimas de memórias implantadas pela família e as implicações ético-jurídicas”, fruto do trabalho desenvolvido na dissertação do Mestrado, sob a orientação inicial do Prof. Doutor Carlos Alexandre Moraes (in memorian), e orientação assumida posteriormente pelo Prof. Doutor Marcus Geandré Nakano Ramiro.
A obra foi lançada Editora Thoth e pode ser adquirida diretamente pelo site da editora, cujo link é o seguinte: https://editorathoth.com.br/produto/familias-marcadas-pelas-falsas-memorias-a-dor-de-criancas-e-adolescentes-vitimas-de-memorias-implantadas-pela-familia-e-as-implicacoes-eticojuridicas/640.
No livro, a pesquisadora problematiza acerca das repercussões advindas da crise ética contemporânea e como essa crise oportuniza a implantação de memórias falsas no contexto familiar. Ainda, investiga em quais cenários o fenômeno das falsas memórias pode encontrar aporte de incorporação nas relações familiares. Também, analisa em que medida o estímulo da família dirigido à inserção de memórias falsificadas pode ofender e violar os Direitos da Personalidade de crianças e adolescentes. Ao final, de forma reflexiva e crítica, se propõe a encontrar respostas ao problema e a pensar em possíveis alternativas para se opor à prática violadora dos Direitos da Personalidade de crianças e adolescentes.
O PPGCJ entrou em contato com a autora que fez um relato sobre a obra e pesquisa desenvolvida no Mestrado, transcrito abaixo.
PPGCJ: Qual é a temática do livro?
A pesquisa girou em torno de um fenômeno neurológico chamado “Falsas Memórias”, que nada mais é que a recordação de episódios que jamais existiram. Isso acontece porque qualquer pessoa pode recordar eventos que não aconteceram, tanto de forma natural quanto de maneira sugerida (a partir de sugestões externas); e é sobre esse último caso que trabalhei na dissertação. Em resumo, o livro versa sobre a implantação de falsas memórias contra crianças e adolescentes na ambiência familiar, ou seja, quando uma mãe ou um pai, por exemplo, sugestiona falsos eventos na mente de seus filhos para praticar violência psicológica, perpetuar alienação parental ou familiar e, no caso mais grave, para acusar outro ente familiar de falso abuso sexual. Com isso, crianças e adolescentes passam a recordar situações que nunca aconteceram e convivem com uma completa confusão mental.
PPGCJ: Qual a contribuição da obra para os Direitos da Personalidade?
A pesquisa foi construída a partir de uma espécie de ordem cronológica. Assim, eu parto dos efeitos negativos que a crise ética contemporânea gerou e tem gerado na família, como a raíz de todo esse problema, depois, discorro sobre a questão da implantação de falsas
memórias em si, e, então, trago as consequências dessa prática, que são as graves violações aos Direitos da Personalidade de crianças e adolescentes, em especial a integridade psíquica, que é um direito essencial para a formação individual e o desenvolvimento adequado dessas pessoas.
A implantação de falsas memórias viola todo o aspecto mental infantojuvenil, além dos direitos à vida, à integridade física, à liberdade, à intimidade, à vida privada, ao respeito e à honra desses indivíduos e de outras pessoas do agrupamento familiar.
PPGCJ: Qual mensagem você deixa sobre sua passagem no Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas da Universidade Cesumar?
Sempre pensarei na minha trajetória no Programa como uma jornada transformada, no aspecto profissional e pessoal. No Mestrado na UniCesumar, tive a oportunidade de aprimorar-me enquanto pesquisadora, dedicar-me a um tema que já tinha e ganhou ainda mais a minha admiração e de compreender a importância da verdadeira Ciência e da educação na vida das pessoas. E, sem dúvidas, todos os desafios enfrentados, as lições aprendidas e o fato de ter conhecido grandes professores, sido muito bem orientada e feito amizade com colegas queridos, contribuíram para o meu crescimento enquanto pessoa. Serei eternamente grata ao Programa e as pessoas envolvidas, por essa experiência marcante!
O PPGCJ, em nome do Coordenador do Programa, prof. Doutor Dirceu Pereira Siqueira, parabeniza a pesquisa pelo lançamento da obra e faz votos de muito sucesso em sua carreira!