Unicesumar
Unicesumar

Mercado precisa de engenheiros bem qualificados, analisam especialistas


É certo que existe hoje no país um mercado em expansão para os profissionais de engenharia. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou em pesquisa realiza em 2013 que a demanda por estes profissionais deve chegar a 600 mil postos de trabalhos até 2020. Mas o desaquecimento da economia no Brasil este ano vai atrapalhar essa previsão? Na avaliação do economista Daniel dos Santos, da Unicesumar, a retração deve durar cerca de um ano e meio, mas não diminui a demanda por profissionais das mais diversas áreas da engenharia.

"O Brasil vinha com um boom de crescimento em várias áreas, como a construção civil, por exemplo, e agora vai haver uma acomodação. Alguns setores voltarão à normalidade de antes e continuarão bons. Com isso, a demanda por profissionais ainda vai existir e o mercado segue necessitando de engenheiros em todas as áreas, como metal mecânica, elétrica e construção", disse o economista.

De acordo o estudo do Ipea de 2013, a demanda do mercado de trabalho deve ser atendida pela expansão dos cursos de engenharia. Entre 2000 e 2012, o número de estudantes que ingressaram na carreira subiu 351%, ante 120% da média dos cursos de graduação. Os pesquisadores do órgão Aguinaldo Maciente e Paulo Nascimento disseram que os cenários alarmistas quanto à escassez de engenheiros, emitidos pelas entidades empresariais e até mesmo por órgãos governamentais não se confirmaram, porque ignoraram as incertezas quanto à sustentabilidade de taxas de crescimento muito elevadas e, também, a capacidade de resposta do sistema de educação superior. Mas eles não descartam a possível falta de profissionais em áreas específicas, como nos setores de extração mineral e construção.

Em contraponto à necessidade de profissionais, entidades de engenharia mostram que o país perde US$ 15 bilhões (R$ 26,5 bilhões) por ano com falhas nos projetos das obras públicas. Ao mesmo tempo, em 2003, a formação de um engenheiro custava US$ 25 mil. Hoje, US$ 40 mil, diz a IBM, uma das empresas que mais contrataram engenheiros e técnicos de computação desde quando o Brasil tornou-se base mundial para oferta de serviços.

O consultor de carreiras e coordenador de pós-graduação da Unicesumar, Ludovico Bernardi, avalia que muito além da graduação, o mercado precisa de profissionais especializados. De olho no movimento do setor, a Unicesumar lançou este ano uma série de cursos de pós-graduação na área das engenharias como: Engenharia de Produção, Engenharia Mecatrônica, Engenharia de Segurança do Trabalho, Projeto de Interiores, Projeto de Arquitetura – da concepção ao edifício e os MBA,s em Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento e Execução de Obras, Planejamento e Gestão Ambiental.

"Nossos cursos foram projetados em cima de análises de mercado que indicam algumas necessidades específicas de qualificação. A especialização dos profissionais nos vários ramos da construção civil tem colaborado ainda mais para a compartimentação dos conhecimentos, dificultando aos técnicos o entendimento mais amplo do funcionamento 'complexo' de uma obra. Em geral, os engenheiros que se especializam em projeto de fundações não dominam o comportamento das alvenarias; os que lidam com estruturas desconhecem detalhes do desempenho das impermeabilizações; os arquitetos têm dificuldades em entender a logística envolvida na construção e assim por diante. Tal constatação e o fato de que muitas patologias surgem exatamente nas interfaces entre os distintos elementos da construção aliado à preocupação contínua e crescente com a racionalização de recursos, são motivações importantes para o desenvolvimento do MBA em Gerenciamento e Execução de Obras", por exemplo, esclarece o professor.

A headhunter Danielle Marin, da Bernet Consultoria em Capital Humano,  diz que hoje as empresas têm dificuldades de preencher algumas vagas por falta de engenheiros disponíveis. "É uma profissão bem demandada e o mercado ainda vai crescer no Brasil. Existem muitas oportunidades, principalmente se a pessoa tem disposição para mobilidade, ou seja, se deslocar de uma região para outra. O que se observa também é que os empregadores buscam profissionais bem formados e outro ponto valorizado é se a pessoa continua investindo no seu crescimento acadêmico. O ideal é que a cada dois anos, o profissional faça uma reciclagem na parte técnica", observa.

Ao mesmo tempo, se a economia do país anda fraca, os profissionais não devem se retrair quanto aos investimentos em qualificação, diz o economista Daniel dos Santos.  "Quem pensa em qualificação não pode se ater a este momento que o Brasil está passando, porque precisa estar pronto para assumir os desafios quando o mercado voltar a aquecer", concluiu o especialista.

Últimas notícias

Categorias