Dados sobre a situação da amamentação materna em Maringá em crianças até um ano de idade foram apresentados hoje ( 7) pela manhã, no auditório do bloco 6 do Cesumar, a autoridades e profissionais da área. Os dados são resultado de uma pesquisa elaborada pela instituição em conjunto com o Comitê Municipal de Aleitamento Materno. Estiveram presentes na apresentação o secretário de Saúde do Município, Antônio Carlos Nardi, a assessora técnica do Ministério da Saúde, Sônia Venâncio e o reitor Wilson de Matos Silva.
Os dados foram coletados por meio de entrevistas feitas com mães durante a vacinação contra a poliomelite em setembro de 2009, tendo atingindo 1045 crianças . O objetivo foi caracterizar o hábito alimentar em crianças menores de um ano na cidade e saber sobre a prática de amamentação para que o município possa traçar políticas nessa área.
O diagnóstico coordenado pela doutora em Nutrição Giana Zarbato Longo mostra que a amamentação materna vem melhorando no município, mas ainda não atinge o índice ideal. Baseada em pesquisas feitas a partir de 2002, que mostram maior proteção da criança contra infecções respiratórias e diarréia quando amamentada, a Organização Mundial de Saúde passou a preconizar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade.
No geral, a pesquisa em Maringá aponta que 53,4% das crianças são alimentadas exclusivamente com leite da mãe de zero a três meses de idade, mas este índice cai para 23,6% dos três aos seis meses. Entre os fatores da diminuição está a introdução de outros tipos de leites ou alimentos, como chás, sucos, frutas e até comidas salgadas.
A pesquisa também mostrou que o hábito da mamadeira, chuca ou chupeta diminui a amamentação. Entre as crianças que não fazem uso de mamadeira ou chuca, 77,7% alimentam-se no seio, já entre a que usam mamadeira ou chuca só 6,8% continuam com o leite materno. O uso da chupeta também interfere. Das crianças que não usam chupeta, 57,4% continuam mamando, enquanto das que usam chupeta, apenas 25% permanecem no peito.
Outro dado que serve como referência para os trabalhos que deverão ser desenvolvidos é quanto à idade e nível de instrução das mães. A pesquisa mostrou que quanto mais jovem a mãe e menor escolaridade, mais baixo é o índice de amamentação. Já das mães em licença maternidade, 58,6% costumam amamentar os filhos.
De acordo com a coordenadora do diagnóstico, os dados servem para que políticas públicas sejam traçadas visando a melhoria da situação. A representante do Ministério da Saúde, Sônia Venâncio, ressaltou que o leite materno no primeiro ano de vida protege contra as duas principais causas de mortalidade infantil, a diarreia e as infecções respiratórias. Segundo ela, o movimento mundial pelo retorno à amamentação começou nos anos de 1970, quando as pesquisas passaram a comprovar que os componentes do leite materno não muito mais importantes para a criança do que do leite artificial.
Na apresentação dos dados, estavam presentes ainda a presidente do Comitê de Aleitamento Materno de Maringá, Rita de Cássia e representantes da 15ª Regional da Saúde. A presidente do Comitê de Aleitamento destacou a importância do levantamento e das entidades envolvidas para que Maringá possam melhorar ainda mais o trabalho que já vem fazendo na área. Participaram da coleta de dados duzentos estudantes de Nutrição, Enfermagem e Fonoaudiologia.