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Professor da Universidade de Lisboa discute aspectos do direito com estudantes do Cesumar


Segundo palestrante,  os cursos de direito têm a necessidade de saírem da racionalidade e se voltarem para  questões mais humanísticas

Cerca de 280 estudantes de Direito do Cesumar, de graduação e de mestrado, participaram na última sexta-feira (03) de uma aula magna com o doutor em Direito e diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Eduardo Vera Cruz Pinto. O diretor esteve presente na instituição por dois motivos. O primeiro foi para ministrar uma aula incentivando os estudantes a pensarem na importância de sua profissão. Já o segundo, foi para assinar um convênio com o Cesumar.

Na abertura da aula magna, o professor mostrou-se bem humorado e atraiu a atenção de muitos estudantes quando disse que os portugueses não têm pátria. "A nossa pátria passou a ser essa imensa língua portuguesa que está tão enriquecida pelos brasileiros na musicalidade e, sobretudo, na capacidade de trazer novas palavras para a nossa língua", exclamou o diretor.

Quanto à atualidade, o professor Eduardo Pinto explicou que está cada vez mais difícil ensinar direito nas faculdades porque elas estão se tornando "politécnicas" e se esquecem da parte humanística. "A Universidade de Direito fundada na Europa, no século XII, já tinha humanistas nos fóruns ensinando aos aprendizes a jurisprudência. Naquela época, ensinar direito não era igual aos ensinos de outras ciências como a engenharia, pois a técnica quase não existia. É por isso que o ensino universitário não pode ser superficial e se prender a dogmas", afirma.

 O diretor também salientou que o direito é mais uma arte do que uma ciência. Uma arte de entender e de inventar uma solução. "O jurista tem um pensamento estrutural, não é um pensamento só lógico. Ele faz um juízo probabilístico, mostrando que provavelmente tenha acontecido, porque a verdade é uma coisa lógica o direito não lida com a verdade, mas sim com a possibilidade, ele analisa até chegar a um resultado final", ressaltou o professor.

Para o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do Cesumar, Flávio Bortolozzi, é extremamente importante que no inicio de um no letivo os alunos e professores, de níveis distintos de graduação e pós-graduação, tenham um espaço para escutar e refletir acerca de temas importantes de suas áreas. Ê aula do professor contribuiu para uma visão um pouco diferente da visão nacionalista dos brasileiros. E isso deixa clara a importância de se conhecer os conceitos do direito em outras culturas, e, sobretudo, de agregar conhecimentos para todas as áreas do curso", comenta Bortolozzi.

Segundo o coordenador do curso de Direito do Cesumar, Paulo André Souza, essa palestra veio no momento certo, pois retrata a realidade do Brasil e dos bacharéis em direito, que conhecem a lei como forma dogmática e acham que ela prevalece em todas as situações, quando na verdade o que ocorre não é isso. Ê lei existe, mas não é o único elemento jurídico a ser aplicado em uma decisão final", revela o coordenador.

A estudante do 1º ano de Direito, Fayella Yohanna disse que a linguagem clara do professor e a abordagem de forma humanista reforçaram os conteúdos aplicados nas disciplinas de Teoria do Direito, Direito Constitucional e Ciências Políticas. "A cultura de outro país é muito importante para nós, porque adquirirmos conhecimentos que só vêm engrandecer ainda mais a nossa profissão no futuro."

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