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Índice de ansiedade entre universitários é preocupante

País é campeão no ranking mundial de ansiedade. A busca pela espiritualidade pode ser uma saída para combater a doença

 

 

A ansiedade tem sido diagnosticada como a causa de muitos transtornos e crises psicológicas nos últimos anos e o Brasil é o campeão mundial no índice de doença. De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), 9,3% da população manifesta sintomas da patologia e o sexo feminino é o que mais sente as consequências — 7,7% das mulheres são ansiosas. Quando se trata dos homens, a porcentagem cai para 3,6%.

Outro número alarmante é o de universitários que sofrem de ansiedade. De acordo com um estudo realizado pela Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais do Ensino Superior (Andifes), realizado em 2018, 8 em cada 10 alunos relataram sentir ansiedade e desesperança.

De acordo com o Perfil Socioeconômico dos Universitários, realizado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais do Ensino Superior (Andifes) em 2018, aponta que 8 em cada 10 alunos relataram sentir ansiedade e sensação de desesperança. Cerca de 6% dos alunos informaram ter ideias de morte, e 4% deles, pensamentos suicidas.

Os dados foram publicados na edição, 237 da revista Ensino Superior, que traz uma reportagem sobre o tema. Outro estudo realizado na PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), revela que 36% dos entrevistados fazem o já fizeram tratamento psicológico e outros 36% gostariam de fazê-lo.

O levantamento aponta que boa parte do mal-estar entre esses jovens está associado ao ambiente de pressão e instabilidade, especialmente quanto à vida profissional. Para o pesquisador, Ilton Teitelbaum, realizador da pesquisa na PUC_RS, os jovens brasileiros, especialmente os da geração Z (nascidos entre 19995 e 2010), estão enfrentando o “primeiro solavanco” de suas vidas. De acordo com Teitelbaum, esses universitários foram preparados por seus pais pra uma vida estável e chegam à vida adulta e se deparam com o desemprego e instabilidade política.

 

Medo

Para a psiquiatra Tania Maron Vichi Freire de Mello coordenadora do Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica da Unicamp, o medo do desemprego é um fator de pressão para estudantes universitários, especialmente de pós graduação. Ela também explica que a falta de perspectivas de inserção profissional é um fator que causa ansiedade.

Diante desse quadro, a psicóloga alerta para a incidência de suicídio entre jovens. De acordo com o Mapa da Violência, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flasco), que mostra que desde 2015 o suicídio é a quarta causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos no Brasil. Em 2016, foram computados 11.736 casos – um aumento de 73% em relação a 2000.

 

Causas

Para a psicóloga e  professora da UniCesumar, Valesca Passafaro, esse alto índice se deve a diferentes fatores sociais e econômicos, como o desemprego, a pobreza e os altos índices de violência em grandes e pequenas cidades. Outro fator relevante, principalmente nas capitais, são as jornadas exaustivas de trabalho.

Alguns dos sintomas da doença são aperto e dor no peito, aumento de batidas cardíacas, respiração ofegante, sensação de fraqueza e cansaço, náuseas, entre outros e ainda sintomas cognitivos como a dificuldade de concentração, irritabilidade e alteração do sono.

Uma dúvida bastante frequente de muitas pessoas, é a relação da ansiedade com algumas doenças como a depressão e outros transtornos. Sobre isso, a psicóloga esclarece que a ansiedade antecede à depressão e pode ser considerado inicialmente como um mecanismo de defesa contra à doença. “A ansiedade é vista como necessária para nos movermos e é normal que sintamos ansiedade em vários contextos da vida como a preparação para uma entrevista de emprego ou uma exposição social. O problema é quando ela passa do limite aceitável de proteção para um sentimento que possa atrapalhar a vida social, profissional e familiar, explica Passafaro.

As principais causa da ansiedade podem variar de acordo com a demanda diária de cada pessoa, porém as mais comuns são o estilo de vida estressante, a auto exigência, pressão familiar, profissional e social e ainda medo de reprovas dos mais variados formatos. Outra causa também frequente, de acordo com a psicóloga, são as fantasias inconscientes que se tem de si mesmo, no quesito menos valia.