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Professor e estudante de Biomedicina divulgam dados de pesquisa sobre a dengue


Uma pesquisa realizada pelo curso de Biomedicina do Cesumar mostra que a população infectada pelo vírus da dengue na epidemia de 2007 em Maringá pode ter sido bem maior do que os 5.680 casos confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde.

A pesquisa, que foi realizada de maio a outubro deste ano, procurou levantar os casos de pessoas que tiveram sintomas, mas não conseguiram confirmar a doença. De acordo com os resultados divulgados ontem (11) à tarde pelo professor Fernando Henrique Ribeiro e pela estudante do 4º ano de Biomedicina, Ana Carla Zarpelon, das 163 pessoas examinadas durante a coleta de dados, 60% confirmaram a doença.

O exame utilizado para a detecção da doença nessa população foi o Imunoglobina de Memória, diferente daquele utilizado durante a epidemia que foi o Imunoglobina de Fase Aguda. Segundo explicou Ana Carla, esse exame só é capaz de detectar a doença do 8º ao 15º dia. Por isso, muitos casos acabam não sendo confirmados durante uma epidemia.

O problema levantado está no diagnóstico inadequado e no próprio descaso da população que não se preocupa em repetir o exame mesmo quando solicitado pelo médico. O professor Fernando Henrique lembrou que a maioria das pessoas busca atendimento entre o primeiro e quinto dia da doença, fase em que é difícil a detecção do vírus. "Por isso, sempre é pedido para o paciente repetir o exame dali a alguns dias, mas  a maioria não repete", disse o professor, que foi o orientador da pesquisa.

Os médicos também têm uma parcela de culpa na situação, pois muitos minimizam o diagnóstico e acabam tratando os sintomas apenas como gripe. Fernando Henrique  salienta a necessidade de um diagnóstico mais preciso, já que a dengue é uma doença grave quando contraída pela segunda vez.

Os dois pesquisadores ressaltaram a importância dos dados para que a população seja esclarecida e para as ações do município com relação ao combate da doença. De acordo com Fernando Henrique, o município tem feito bem a sua parte de orientação e combate ao mosquito, mas falta conscientização da população.

"Neste ano não tivemos epidemia em Maringá [65 casos foram confirmados até o momento] e é possível que em 2009 também não haja um agravamento da situação. Mas a doença é cíclica, porque quando a população começa a esquecer a epidemia passada, ela volta. Sendo assim, é possível que em 2010 a doença volte a se agravar no município", esclareceu Ana Carla.

Para Fernando Henrique, a grande validade da pesquisa é mostrar o risco para a população da volta de uma epidemia. Ele relata que em Maringá já circularam três tipos de virus (sorotipos) e diz que a dengue hemorrágica  ocorre quando a pessoa já infectada uma vez entra em contato com um segundo tipo de vírus.

O professor vê no resultado da pesquisa uma situação de alerta e diz que a curto prazo a Secretaria Municipal de Saúde pode utilizar os dados para reforçar a campanha de esclarecimento à população e combate ao mosquito e evitar uma epidemia de dengue hemorrágica no futuro.

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