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Diferentes setores discutem inovação tecnológica no Cesumar


"O tema inovação tecnológica não é atual, mas ninguém consegue resolver o problema de falta de integração entre os setores que podem fomentar esse desenvolvimento, pesquisadores e empresas". Essa observação foi feita ontem pelo pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão do Cesumar, professor Flávio Bortolozzi, ao abrir o 1º Encontro Maringaense de Inovação Tecnológica organizado pela instituição.

O encontro reuniu representantes do Governo Federal, da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) e de universidades e teve como propósito discutir os diferentes ângulos dessa questão. Para o professor Bortolozzi, o importante da discussão é criar uma cultura dentro das universidades de que é importante associar conhecimento à inovação, "ser criativo e transformar a ideia  em produto".

Para falar sobre as políticas públicas de apoio e fomento ao desenvolvimento tecnológico, esteve presente Pedro Alem, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e para apresentar a visão do lado da iniciativa privada, o diretor executivo da Fiep, Ronald Dauscha. A coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade Federal de Santa Catarina, Aline Abreu e o gestor do TecnoPUC – Parque Científico da PUC-RS -, Edemar Wolf de Paula, estiveram presentes para a apresentação de cases sobre as experiências que coordenam .

O encontro teve ainda a presença do prefeito Sílvio Barros, do secretário municipal de Administração, Walter Viana, de representantes do Codem, da Incubadora Tecnológica e da Universidade Estadual de Maringá, além do reitor Wilson de Matos Silva, que fez a abertura oficial apresentando dados comparativos entre o Brasil e países que traçam o desenvolvimento em ritmo bem mais acelerado justamente por investirem em educação e tecnologia.

"O Brasil exporta hoje 70% de commodities e 30% de produtos manufaturados, enquanto a China exporta 30% de commodities e 70% de produtos manufaturados, o que representa muito mais valor agregado e ganhos na balança de exportação. A índia também está próxima aos números da China e essa é a diferença entre os países que desenvolvem tecnologia e os que não desenvolvem, como o Brasil", destacou o reitor.  

O prefeito Sílvio Barros também foi enfático ao citar exemplo de uma pequena empresa de Maringá que pelo simples fato de inovar em produtos muito simples tornou-se exportadora e triplicou de tamanho.

O diretor executivo da FIEP disse que o Paraná não é incipiente nesse campo, mas é preciso mais incentivo para que as empresas possam se tornar mais competitivas. Ele falou também do plano que a Federação das Indústrias tem para incentivar a inovação no Estado. Segundo Dauscha, a Fiep  irá implementar um sistema para atingir empresas em diferentes níveis de maturidade, pois enquanto algumas estão evoluídas outras sequer sabem o que é inovar. Além de parcerias com outras entidades para assessoramento principalmente às pequenas empresas, a Fiep irá implantar o Portal da Inovação com informações da área e um sistema de rede social para que as empresas possam interagir.

Mas o representante do MDIC, disse que as políticas públicas do governo caminham no sentido de minimizar os riscos dos investidores em novas tecnologias, porém o grande problema é que a grande maioria desconhece as linhas de incentivo e  esse fato cria um "gargalo" quanto às inovações. Porém, Pedro Alem observou que o Brasil entrou numa rota ascendente nesse campo e não tem volta. "No entanto, vai levar ainda algum tempo até termos um aumento mais significativo nessa área. Hoje já vemos a produção científica, mas tudo ainda é muito novo, só de uma década e meia para cá aproximadamente é que se intensificou essa produção no país", disse ele.

A própria Lei de Inovação Tecnológica que, entre outras coisas, regulamenta a propriedade intelectual e a transferência de tecnologia, só foi criada em 2004. Ainda saindo do aspecto acadêmico a própria estrutura econômica tem influência nisso, conforme observou Aline França. "A consolidação do ambiente econômico no país vem trazendo um impacto muito grande nessa promoção da inovação", concluiu a professora.

Na opinião do pró-reitor do Cesumar Flávio Bortolozzi, criar a cultura da inovação no meio acadêmico é importante, mas se "universidades, entidades e empresas não se unirem não vamos chegar a lugar nenhum". Segundo ele, o encontro de inovação tecnológica serviu para "plantar essa semente dentro do Cesumar".

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