Núcleo de Relações Internacionais

RECOMENDE:

1ª Oficina Internacional Interativa (Pedagogia)

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1ª OFICINA INTERNACIONAL INTERATIVA

Para um Amanhã com Sentido:
Conectando Competências e Letramentos

28/10 | 20h às 22h (horário de Brasília)

Ação exclusiva para alunos de Pedagogia (5º ao 7º semestre)

25 vagas disponíveis | Certificado de participação

INSCREVA-SE ATÉ 20/10

 

Que tal expandir seus horizontes sem sair de casa?

Temos uma oportunidade incrível para você que está cursando Pedagogia EAD na UNICESUMAR: a 1ª Oficina Internacional Interativa - Para um Amanhã com Sentido: Conectando Competências e Letramentos.

O que você vai ganhar:

·         Praticar um novo idioma

·         Certificado de participação

·         Conhecer culturas diferentes

·         Vivenciar uma experiência internacional

·         Aprimorar suas competências interculturais

 

Detalhes importantes:

📅 Data: 28 de outubro, das 20h às 22h
💻 Formato: On-line via Microsoft Teams
🎓 Para quem: Estudantes de Pedagogia EAD (5º ao 7º semestre)
🎯 Vagas: Apenas 25 disponíveis
💰 Investimento: GRATUITO

Este será um evento colaborativo entre universidades parceiras além de ser internacional.

Nele, você terá a possibilidade de se conectar com estudantes e professores de outras universidades, ampliando sua visão sobre educação e competências essenciais para o futuro.

Inscrições: até 20/10
Resultado: 22/10

Não perca essa chance de fazer parte de algo transformador! 💛

 

Acesse o edital clicando aqui!

 


 

Competências e Pedagogia de Futuros: preparar docentes para imaginar o amanhã

 

Vivemos um tempo em que o conhecimento envelhece mais rápido do que conseguimos ensiná-lo. O que hoje é central, amanhã já pode ter se tornado obsoleto. Formar professores, nesse contexto, não pode ser apenas repetir fórmulas do passado, mas cultivar uma formação que prepare para o inesperado. A educação precisa assumir que o futuro não está dado; ele será construído. E os docentes não são espectadores desse processo: são protagonistas.

Ser protagonista começa pelo exercício de olhar para si. Quem sou e quem quero ser como educador? Essa pergunta é fundante porque um professor que não se conhece dificilmente ajudará seus alunos a se conhecerem. Esse autoconhecimento se entrelaça com a capacidade de enxergar a realidade para além das evidências imediatas. Como educar para um mundo que ainda não existe? Como preparar crianças e jovens para lidar com cenários que sequer imaginamos? Nesse caminho, há ainda a dimensão das relações: aprender com o outro, reconhecer a potência da colaboração, cultivar vínculos que transformam. Nenhum educador forma sozinho. Nenhum estudante aprende isolado.

A imaginação, nesse contexto, deixa de ser ornamento e se torna motor pedagógico. Pensar de modo antecipatório significa romper com a linearidade do tempo escolar e abrir-se para múltiplos futuros. Muitos dos cenários que consumimos vêm da ficção científica ou da propaganda de grandes corporações. Mas será que esses são os futuros que realmente queremos? A pedagogia de futuros nos provoca a perguntar: quais futuros são possíveis, desejáveis e sustentáveis?

Essa pedagogia também nos lembra que o futuro não é uma linha única. Ele pode ser utopia, sonho idealizado e inalcançável. Pode ser distopia, narrativa de colapso e destruição. Mas pode também ser protopia, a construção gradual, colaborativa e contínua de avanços reais. É nesse espaço da protopia que a educação precisa se firmar. E é nesse horizonte que o professor se transforma em arquiteto de futuros: não alguém que transmite verdades prontas, mas quem guia seus alunos na imaginação e na ação sobre realidades coletivas.

Educar para o amanhã exige ainda enfrentar dilemas éticos e tecnológicos. O avanço da inteligência artificial e da automação levanta perguntas cruciais. Robôs humanoides substituiriam humanos com segurança? Que impacto teriam sobre a motivação de equipes? Quem garante a privacidade dos dados? Ao trazer essas perguntas para a sala de aula, o professor ajuda seus estudantes a compreender que não se trata apenas de aprender a usar ferramentas, mas de questionar seus efeitos sobre a vida em sociedade.

É nesse contexto que ganham força as competências e os letramentos de futuro. Competências que ultrapassam o domínio técnico e incluem pensamento crítico, criatividade, imaginação, colaboração, adaptabilidade, aprendizagem contínua. Letramentos que envolvem a capacidade de interpretar e interagir em diferentes linguagens: a digital, que exige o uso crítico da tecnologia; a científica, que convida à compreensão das evidências; a cultural, que afirma o respeito às diversidades; a ética, que desafia a enfrentar dilemas sociais e ambientais.

Nada disso é opcional. Segundo a UNESCO, até 2030 o mundo precisará de 44 milhões de professores adicionais para assegurar educação básica universal (UNESCO, 2024). Mas não basta apenas quantidade: na América Latina e no Caribe, por exemplo, o déficit é de cerca de 3,2 milhões de docentes, agravado pela sobrecarga de trabalho, baixos salários e falta de reconhecimento da profissão (UNESCO, 2025).

Esses dados reforçam um ponto central: sem professores qualificados e bem formados, não há futuro possível para a educação.

Por isso, a formação docente não pode ser estática. O papel do professor da contemporaneidade é ensinar a imaginar e cocriar futuros. Isso significa assumir o autoconhecimento como ponto de partida, cultivar uma visão crítica da realidade para educar em um mundo em constante mutação e valorizar as relações como espaço de aprendizagem e transformação. Significa também preparar-se para usar a imaginação como motor, questionar narrativas impostas, enfrentar dilemas éticos e construir, passo a passo, caminhos possíveis.

Assumir a pedagogia de futuros também é reconhecer que nenhum cenário desejável será possível sem uma transformação profunda do papel docente. Mais do que transmitir conteúdos, trata-se de formar pessoas capazes de imaginar e agir por um mundo mais justo, sustentável e humano. Esse caminho envolve também enfrentar um dos maiores desafios contemporâneos: a crise de sentido que afeta milhões de jovens e adultos, refletida em problemas de saúde mental, desmotivação e falta de perspectivas. Educar, nesse contexto, é ajudar cada pessoa a descobrir um propósito que dê unidade às suas escolhas e força para enfrentar a incerteza. Isso exige coragem pedagógica: revisitar práticas, abrir espaço ao diálogo interdisciplinar e valorizar a criatividade e a empatia. Só assim poderemos preparar cidadãos que, além de competentes, sejam capazes de viver e construir futuros com sentido.

Autoras:
Cristina Díaz de la Cruz – Vice-reitora da Modalidade Aberta e a Distância / Universidade Técnica Particular de Loja
Thuinie Daros – Diretora de Qualidade e Inovação Acadêmica / Vitru Educação